quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Titane - Sá Rainha (2000)

Neste CD, encontramos a linda canção Reza, feita a partir de poema de Leminski. O texto é retirado do livro La Vie En Close e foi musicado posteriormente por Zeca Baleiro.
Foi também gravada por Miriam Maria, no disco Rosa Fervida em Mel, de 2000, e por Zé Guilherme, no disco Tempo ao Tempo, de 2006.

"Titane, mineira da cidade de Oliveira, a cantora Titane (Ana Íris) construiu uma carreira associada à cultura popular, próxima ao folclore, mas sem submissão a padrões rígidos. Gravado entre agosto de 1999 e fevereiro de 2000, no estúdio Bemol de Belo Horizonte, este CD, dedicado a Milton Nascimento e aos negros do congado mineiro retrabalha algumas origens primitivas da MPB.
A voz extensa de vôos agudos de Titane, com uma pitada teatral viaja por assinaturas de autores urbanos recentes como Chico Cesar que também participa da gravação (Dança, Moda do Fim do Mundo, esta com Alice Ruiz), Zeca Baleiro (Reza), Edvaldo Santana(Zensider, com Ademir Assumpção) e Neocaipiras como Juraildes da Cruz (Dodói, aberta por uma citação folclórica da região de Goiás/ Tocantins) e Pereira da Viola (Boi da Beira, Viola Cósmica, com Gildes Bezerra) além do congadeiro Mauricio Tizumba (Sá Rainha ).
O clima bucólico não impede elaboração instrumental direcionada pelos arranjos e violões de Gilvan de Oliveira e Weber Lopes num efeito de estranhamento que agrega tradição e experimentalismo.Mineira da cidade de Oliveira, e residindo em Belo Horizonte, a cantora Titane começou suas atividades musicais no início dos anos 80.
Seu trabalho reúne influências do congado mineiro, reciclando canções antigas de autores desconhecidos, clássicos da MPB, com direito a compositores emergentes. Foi assim nos três álbuns que gravou.Seu primeiro disco solo ocorreu em 1986, independente, contando com participação do grupo Uakti e da Guarda de Moçambique de Nossa Senhora do Rosário.
Em 1991, assinou com a gravadora Eldorado e lançou "Verão de 2001", produzido por Zuza Homem de Mello.
Cinco anos depois, lançou o CD "Inseto Raro", pelo selo Atração, registrando a temporada de um show realizado em Ouro Preto.
"Ana" é uma coletânea de canções dos compositores que surgiram na ultima década em Belo Horizonte interpretadas pela voz de uma das maiores e mais autênticas cantoras de Minas Gerais. Titane regrava neste disco composições de Renato Villaça, Érika Machado, Cecília Silveira, Dudu Nicácio e Kristoff Silva. " (fonte: http://www.webletras.com.br/titane/biografia)

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sábado, 13 de dezembro de 2014

Itamar Assumpção - Bicho de Sete Cabeças, Vol. 1 (1993)

Encerrando os discos de Itamar Assumpção que possuem canções de Leminski, bem como parcerias, trago o primeiro da séria Bicho de Sete Cabeças. Neste álbum, podemos ouvir a canção Custa Nada Sonhar, uma parceria dos dois artistas.
A séria de Lps, Bicho de Sete Cabeças, conta ainda com mais dois álbuns.

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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Itamar Assumpção - Sampa Midnight (1986) [selo messidor, 1990]

Hoje, sigo ainda com os discos de Itamar. Neste, em específico, ouvimos a canção Vamos Nessa, parceria de Leminski com Itamar. Além dessa faixa, também podemos considerar a música Prezadíssimos Ouvintes, como uma parceria, ou, no mínimo, com influência clara de Leminski. No meio da letra aparece o frase falada "microfones jamais falharão", que é atribuída ao polaco. Além disso, a epígrafe da canção é um poema do tio Lema, publicado em Caprichos & RelaxosPrezadíssimos Ouvintes também foi gravada por Fortuna, em disco de 1987.
Esse é um álbum clássico de Itamar e merece, sem dúvida, ser ouvido na íntegra. Lançado originalmente em 1986, como independente, foi relançado em 1990 por um selo alemão, que é a versão que disponibilizamos aqui. Atualmente já existe a versão do Lp original em CD, com a arte original, ou pelo menos simulando, que a gente sabe que nunca fica a mesma coisa.

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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Itamar Assumpção - Pretobrás (1998)

Neste disco, encontramos a parceria de Itamar e Leminski, Dor Elegante.  Trata-se de uma poema musica por Itamar, presente no livro de Leminski, La Vie En Close. A canção possui ainda mais dois registros: foi gravada por Zélia Duncan, no disco Pré-Pós-Tudo-Bossa-Band, de 2005, e por Edvaldo Santana, no disco Edvaldo Santana, de 2000.

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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Soma - Hoje Cedo (1999)

Neste disco, podemos ouvir a canção Todo Susto Sob a Forma de Um Súbito Arbusto. Trata-se de um poema de Leminski, do livro Polonaise, musicado por Marcelo Calderazzo.

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quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Trovante - Cais Das Colinas (2007)

Pareceria de Leminski com Moraes Moreira, neste disco, ouvimos Baile no Meu Coração. Originalmente lançada em disco de Moraes Moreira, Coisa Acesa, de 1982, a música ganhou versão do grupo português Trovante, em 1983, com participação de Moraes na gravação. A canção veio à público através de um single, que continha duas faixas: Baile no Meu Coração e O Namoro. Há uma confusão com relação a isso, pois, no mesmo ano, o Trovante lançou um Lp, Cais das Colinas, mas não incluíram Baile... No entanto, em 1994, na versão em CD do referido Long Play, Baile... entrou como a última faixa do disco. Outra confusão é acreditar que essa versão da parceria de Leminski/Moraes é uma gravação ao vivo. Na verdade, apenas o lado B do single, O Namoro, é um registro ao vivo, feito na "Aula Magna", anfiteatro da Universidade de Lisboa. Resumindo: Baile no Meu Coração é um registro de estúdio, lançada em single pelo Trovante, em 1983, e incluída na versão em CD do Lp Cais das Colinas.

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Capa do Single de 1983.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Carlos Careqa - Não Sou Filho de Ninguém (2004)

Neste disco, temos uma parceria de Carlos Careqa com Paulo Leminski, a canção Isto. Temos, ainda, um trecho de Verdura, do Leminski, que aparece recitada, na voz de Alice Ruiz, como música incidental da faixa Issi.
"Este é o terceiro CD de Carlos Careqa, que nos traz uma variedade de ritmos e propostas musicais. Produzido por Marcos Vaz, Mario Manga, Gabriel Levy, André Abujamra e pelo próprio Carlos Careqa, mistura timbres e provoca o ouvinte a uma reflexão das atualidades brasileiras e mundiais. Conta com participações especiais de: Zeca Baleiro, Mario Manga, Chico César, Edson Cordeiro, Vania Abreu, Jards Macalé e André Abujamra."(fonte: http://tratore.com.br/um_cd.php?id=207)

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sábado, 16 de agosto de 2014

Maísa Moura - Moira (2007)

Neste disco, ouvimos a canção Ímpar ou ímpar. Seu texto é um poema originalmente publicado em livro póstumo de Leminski, La Vie En Close, de 1991, que foi musicado posteriormente por sua filha, Estrela Leminski, também poeta e compositora. Além da bela versão musical do poema em questão, poderia destacar outras músicas do disco que, com certeza, em função de seu estremo bom gosto e da qualidade das canções e da cantora, vale a pena ser escutado com atenção. As que me "bateram", portando: Solstício de Inverno; Mortal Loucura (linda versão José Miguel Wisnik para poema de Gregório de Matos); Sombra. O título do CD é, provavelmente, de inspiração Leminskiana, trazendo, como epígrafe, trecho do seu livro Metaformose: "...começa realizar seu destino, o desejo da Moira, do fado, da fortuna, das potências cegas do acaso que tudo regem na terra e nos céus, na vida dos deuses e na vida dos homens, reflexo da ordem suprema."
Mais sobre o disco:
http://lojamusicaquevemdeminas.blogspot.com.br/2011/11/maisa-moura-moira-2007.html

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quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Arrigo Barnabé - Ed Mort - Trilha Sonora Original (1996)

Este filme, baseado em personagem criado por Luis Fernando Veríssimo, além de ser realmente muito engraçado, é entremeado de ironia, bem como muita crítica. No álbum, além da música original, assinada por Arrigo Barnabé, ainda constam cinco outras composições de outros autores. Eu destacaria o próprio tema instrumental, Ed Mort, e também a canção Fique em Frente a TV, do diretor Alain Fresnot em parceria com Camila Ribas, que confirmam o caráter, por vezes, crítico do filme: "Fique em frente a TV, coma em frente a TV, estude em frente a TV, VIVA em frente a TV!". Do Leminski, podemos ouvir, Polonaise. Trata-se de uma transcriação dele de um poema do escritor polaco Adam Mickiewicz, musicada posteriormente por José Miguel Wisnik. A canção também foi gravada por Wisnik, no seu disco de 1992, e no disco Ponte Aérea, de Eveline Hecker, 2003.

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domingo, 20 de julho de 2014

Moraes Moreira - Coisa Acesa (1982)

Esse disco é muito legal. Não é a toa que muito se falou nele, ou, pelo menos, das minha pesquisas, é o que mais pude achar referências de imprensa. Quando do seu lançamento, duas grandes reportagens foram publicadas, uma na revista Isto É e outra na Veja (a velha Veja). No final do post você pode dar uma espiada nelas. Sobre a música, como um todo, o que falar? Da minha parte, vou apenas frisar a qualidade da gravação, com ótimos músicos, e também frisar a qualidade das canções, bastante inventivas e "pra frente". De resto, já há idéias interessantes nos dois artigos.
Sendo assim, vamos ao que interessa ao nosso blog, as parcerias com Leminski. Ao todo, contém três canções, sendo o disco de Moraes com mais parcerias com Leminski. São elas: Baile No Meu Coração, Decote Pronunciado e Pernambuco "Meu". Dessas, a que mais gosto é a última. Trata-se de um frevo super tematizado, uma homenagem ao estado de Pernambuco. Aliás, não sou apenas eu que tem uma caída pela música. Veja o que escreve o crítico da Veja: "Na melhor delas, Pernambuco "Meu", fica evidente que a combinação entre a música leve e ensolarada de Moraes e a elaborada poesia de Leminski, forte em temperos concretistas, é uma achado original." Muito legal a lembrança do articulista, sobre a questão da junção de música e letra. O autor da revista Isto É também salientou tal característica, chegando a nomear as parcerias do disco de "simbiose perfeita" de música de letra. Se você quiser ver uma análise mais aprofundada de Pernambuco "Meu", você a encontrará nessa dissertação. A análise se baseia em conceitos do compositor, pesquisador e professor Luiz Tatit. Bom, acho que é isso.

Revista Veja, 06 de out. de 1982:

FREVO ROMÂNTICO – Em seu novo LP, COISA ACESA, Moraes Moreira prova que sua caixa de surpresas continua sortida. Descobrindo uma súbita empatia entre sua música e o trabalho do poeta paranaense Paulo Leminski – que depois de livros controvertidos, como Catatau, tornou-se letrista habitual nos LPs de Caetano Veloso e do grupo A Cor do Som -, entabulou uma explosiva parceria que rendeu mais de uma dezena de canções em esparsos encontros, gerou o novo sucesso de Ney Mato Grosso, Promessa Demais, tema da novela Paraíso, e três das faixas do novo disco. Na melhor delas, Pernambuco "Meu", fica evidente que a combinação entre a música leve e ensolarada de Moraes e a elaborada poesia de Leminski, forte em temperos concretistas, é uma achado original. "Foi Paixão à primeira vista", diverte-se Leminski, que dedicou ainda um bonito poema ao parceiro. "Logo que o conheci, senti que a amizade ia acabar em música", responde Moraes. Musicalmente, Pernambuco "Meu" é também uma espécie de resumo das idéias contidas no disco. Ainda fascinado pelo frevo mas disposto a não repetir fórmulas por simples conveniência, Moraes trocou o clima apoteótico de Festa do Interior pelo chamado "frevo-canção" – de andamento mais lento, rico em tons menores e, portanto, mais dolente – e por canções de um romantismo hoje pouco frequênte em sua obra. Em Marília, por exemplo, [...]
PONTO DE EQUILÍBRIO – São manobras como essa que garantem a Moraes Moreira o raro dom de fazer muito sucesso popular com canções ousadas e inovadoras, sem amargar as desventuras da vanguarda. É um ponto de equilíbrio que Caetano Veloso, por exemplo, só encontrou há três anos, quando passou a vender muitos discos. Mesmo sendo o melhor poeta da música popular brasileira, porém, Caetano, como Milton Nascimento, Gilberto Gil ou Chico Buarque, percorre uma rotina de canções inspiradas que lança a cada disco, reclama quando lhe cobram alquimias diferentes e assume a própria preguiça. Entre os compositores de muito sucesso e muito talento no país, Moraes é o único a combinar a inquietude de Arrigo Barnabé com o carisma de Simone. Vende mais de 150 000 cópias de cada um de seus LPs, lota ginásios pelo país e fornece punhados de êxitos a outros intérpretes. Mas preserva a vocação para o risco. Ao combinar os dois processos, ele detém, no momento, o posto de compositor de maior vitalidade da música brasileira.

[Link deletado pela política de direitos autorais do blogspot]

Revista Isto É, 29 de set., 1982

domingo, 4 de maio de 2014

Clínica - Clínica (1988)

Neste disco, podemos ouvir a única parceria de Leminski e Arnaldo Antunes, a canção U.T.I.Trauma, primeira faixa do Lp, alcançou relativo sucesso, pois fez parte da trilha sonora da novela Sassaricando, da rede Globo.

"Seguindo os passos de Charles Gavin, mais um Titã vem produzir uma banda emergente. Sob os auspícios de Paulo Miklos, a Clínica é administrada a quatro mãos por Fernando Salém e Tuba (ex-Aguilar e Banda Performática), que dominam com razoável desenvoltura as especialidades do pop, hip hop, reggae e assemelhados. O resultado, no entanto, não é muito animador. De imediato, percebe-se que o tratamento proposto pela dupla produziu efeitos colaterais indesejáveis, sendo o mais grave de todos eles a chamada "síndrome titânica"... Faixas como "Perturbação Mental" e "Cadeia" foram muito afetadas; a última, inclusive, traz o ilustratívo refrão "cadeia para mim não, não". em contraponto ao da já célebre "Polícia". Estaria a gravadora estimulando a competição interna ou disposta a criar uma linhagem de clones?"
(fonte: http://lagrimapsicodelica2.blogspot.com.br/2007/04/clinica.html)

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sexta-feira, 18 de abril de 2014

Edvaldo Santana - Tá Assustado? (1995)

Neste CD, podemos ouvir uma parceria de Leminski com Edvaldo Santana, a canção O Deus.

"Inicialmente, apareceu para o grande público paulista, em 1976, quando lançou o LP "Matéria-prima", pela gravadora Chanteclair.
No ano de 1978 gravou o LP "Entranhas do horizonte", lançado pela gravadora CBS.
No ano de 1985, participou da coletânea "Movimento popular de arte", que reuniu diversos autores novos. Por essa época, participou do programa "Ensaio", da TV Cultura de São Paulo.
Em 1993, a gravadora Camerati lançou em LP e CD o disco "Lobo solitário". Deste disco, destacaram-se duas composições suas que fizeram razoável sucesso, entre elas, "A Rússia pegou fogo na Sapucaí" e "Sabonete". Por essa época, participou do projeto "Novo Canto", de São Paulo, ao lado de Arnaldo Antunes, Djavan, entre outros. No ano seguinte, a Revista Áudio News lançou o CD "Vanguarda da música popular brasileira". Neste disco também participaram Grupo Batacotô, Paula Morelenbaum, Tetê Espíndola, José Miguel Wisnik, Carlos Careqa, Bocato, Eliete Negreiros, Arrigo Barnabé e Edvaldo Santana. No CD participou com as composições "A Rússia pegou fogo na Sapucaí" e "Sabonete".
No ano de 1995, a gravadora Velas lançou o CD "Tá assustado?". Neste mesmo ano, participou do "Festival de Inverno de Ouro Preto", em Minas Gerais. No ano posterior, a cantora mineira Titane gravou em seu CD "Inseto raro", a composição "Torto", parceria de Edvaldo Santana e Haroldo de Campos.
Em 1997, novamente a Revista Áudio News, distribuída nas bancas de todo o Brasil, o incluiu em outra coletânea sua, "Momento MPB", na qual no qual participaram Boca Livre, Chico César, Flávio Venturini, Grupo Batacotô, Vânia Bastos, Almir Sater, a dupla Pena Branca e Xavantinho, Ivan Lins e Rosa Passos. Nesta coletânea participou cantando de sua autoria "Cabeça ocupada".
No ano de 1998, participou da coletânea "Liberdade de expressão". Por essa época, participou do "Projeto Mundão", ao lado de Thaíde, Magic Slin, entre outros.
Lançou em 1999, o CD "Edvaldo Santana", pela gravadora Tom Brasil, no qual prestou homenagem ao guitarrista porto-riquenho Carlos Santana na música "Mestiça" e ainda contou com as participações especiais de Bocato e a cantora Titane. Constam, também, neste mesmo CD, composições suas em parceria com Arnaldo Antunes, Paulo Leminski, Itamar Assumpção e com seu pai, já falecido, Félix de Santana Braga. Ainda sobre esse mesmo disco, vale destacar a apresentação feita por Tom Zé e a capa produzida pelo artista gráfico Elifas Andreato. Neste mesmo ano, apresentou-se no programa "Bem Brasil", da TV Cultura.
Em 2000, Titane regravou "Zensider" (c/ Ademir Assunção) em seu disco "Sá rainha", lançado pelo selo Lapa Discos.
No ano de 2003 lançou o CD "Amor de periferia", do qual participaram Lenine na faixa "O jogador", Zélia Duncan em "Desse fruto", o Quinteto em Branco e Preto em "Batelaje", Nuno Mindelis em "Guilhotina" e o cubano Yaniel Matos tocando piano nas faixas "Choro de outono" e "Cantora de cabaré".
Em 2012 lançou o CD "Jataí", no qual contou com as participações especiais do músico Paulo Lepetit e da cantora Fabiana Cozza.
" (fonte: http://www.dicionariompb.com.br/edvaldo-santana/dados-artisticos)

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domingo, 13 de abril de 2014

Eveline Hecker - Ponte Aérea (2003)

Neste disco está a canção Polonaise. Trata-se de um poema do poeta polonês Adam Micéiewicz, traduzido (trans-criado) por Leminski e música posteriormente por José Miguel Wisnik. O poema aparece como epígrafe do livro Polonaise, de Leminski, cujo título e alguns poemas lembram a sua ascendência "polaca". Curiosamente, Adam Micéiewicz é contemporâneo do compositor polonês Chopin, ícone da dança em forma ternária, a polonaise.
Um pouco mais sobre o disco:

"Uma ponte entre Rio e São Paulo. Uma ponte entre o reconhecido e o desconhecido. Foi assim que chegou aos meus ouvidos o trabalho de Eveline Hecker, Ponte Aérea, lançado pela Biscoito Fino. A moça, antiga vocalista de Tom Jobim, saboreia cada acento das composições de José Miguel Wisnik, seu amigo e parceiro de longa data e sobre o qual Beth Carvalho, num determinado momento, afirmou que estava para Eveline assim como Nelson Cavaquinho estava pra ela. "Parecia que eram parceiros pela afinidade musical". Creio que Beth estava certa, este conjunto, que transcende ao disco, faz com que o trabalho mereça ser saboreado com calma e atenção.

Eu, que não a conhecia, deslumbrei-me com o tom intimista e a primazia do instrumental que valoriza esse traço. O timbre lembra Mônica Salmaso. Sutil, como o das damas da bossa, faz com que a voz aveludada caminhe de braços dados com cada tecla do piano tocado por Wisnik. A música que dá título ao disco é um bom exemplo disso, uma divisão perfeita faz com que os tons vocais preencham qualquer lacuna instrumental que poderia existir. Os acordes têm bastante de bossa, mas muito da música portuguesa também. Traço que confere melancolia em vários instantes. Sensação brevemente quebrada pelo samba marcadinho, "Comida e Bebida", anteriormente gravado por Elza Soares, mas logo retomada numa segunda audição já detentora de um novo olhar. No bis, o melancólico foge, ou acentua-se, no samba, "Viúvo"/"O Tempo Não Apagou", onde Paulinho da Viola é citado. Eveline, que já trabalhou com Beth Carvalho e atuou durante seis anos no grupo Arranco, mostra que conhece o tom do samba. Bem acompanhada por Maurício Carrilho (violão), Pedro Amorim (bandolim), Luciana Rabello (cavaquinho), entre outros, mostra novamente um casamento perfeito.

Escrevo ainda em estado de êxtase, mas sem propriedade para delinear a amplitude do trabalho. Gostei, gostei muito. Creio que este texto mereça a ser reescrito daqui um mês, um ano, pois como Zeca Assumpção afirmou, "Poderemos contar e cantar com ele mesmo em um futuro ainda distante. Penso que estará forte ainda".

Ponte Aérea - Eveline Hecker
Composições de José Miguel Wisnik
Produção: Zeca Assumpção
Gravadora: Biscoito Fino

Músicos:
Piano: José Miguel Wisnik
Sampler e teclados: Sacha Amback
Percussão: Marcos Suzano / Marcelo Costa / Celsinho Silva
Baixo acústico: Zeca Assumpção
Violão: Maurício Carrilho / Ricardo Silveira / Mário Adnet
Violão 7 cordas: Luiz Otávio Braga
Bandolim: Pedro Amorim
Cavaquinho: Luciana Rabello
Cello: Jaques Morelenbaum
Viola e Violão 12 cordas: Luiz Brasil"

(fonte: Tatiane Marchesan, 
http://www.brasileirinho.mus.br/artigos/evelinehecker.html)

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domingo, 6 de abril de 2014

O Poeta da Face Pop - O Estado do Paraná, 06/06/1999

Com Jorge Mautner (foto: Orlando Azevedo)
Paulo Leminski não sabia cantar. Desafinava. Era desarmonioso. Mas a música era uma de suas paixões e com ela ganhou visibilidade nas gravações de Caetano, Paulinho Boca de Cantor, Blindagem, Angela Maria, Ney Matogrosso, Zizi Possi, José Miguel Wisnik, Itamar, Suzana Salles, Guilherme Arantes, Carlos Careqa, Cor do Som, Moraes Moreira e a lista segue.
Foi com Gil e Caetano, aliás, que Curitiba descobriu, ou admirou Paulo com os olhos. Gilberto Gil, no entanto, nunca gravou música do poeta curitibano. O que pensa em fazer, até mesmo para corrigir um erro. [1] No livro todas as letras, de Carlos Renó, lançado pela cia das letras, aparece a composição “Oxalá”, como sendo de Gil. Na verdade, a letra é de Paulo com música de Moraes Moreira.
A verve musical do autor de “Catatau” começou com seu irmão Pedro [2], que se suicidou em 18 de julho de 1986. Com pedro aprendeu a tocar violão, fez parcerias em várias canções e criou o trio Duas Pauladas e uma Pedrada formado por Paulo Leminski e Paulo Vítola [3] (as duas pauladas) e Pedro (a pedrada).
Para o poeta Décio Pignatari, a face musical de Paulo é mera decadência poética. Uma espécie de deslumbramento que aos concretistas soa como traição à imagem do garotão de dezoito anos que foi ter com eles em Belo Horizonte, na Semana Nacional de Poesia de Vanguarda, realizada em agosto de 1963.
Paulo Leminski, contudo, gostava tanto de música que adotou o compositor Lápis (Palminor Ferreira, falecido há 21 anos) como primo. E assumia o parentesco com tanta honestidade que só agora, com a pesquisa do jornalista Toninho Martins Vaz, soube-se da ausência de qualquer parentesco entre eles. Paulo depois ficou primo de Alexandre “Grafite” Ferreira, filho de lápis e também compositor, hoje morando na Bélgica. No show melhor produzido de grafite, Paulo sentava-se na primeira fileira do teatro e sorria, orgulhoso, quando Grafite o chamava de primo. Havia um certo brilho nos olhos daquele expectador e um sorriso meio maroto escondido atrás do bigode, que só agora se compreende a razão. Paulo sabia que não eram primos, mas adorava a ideia de sê-lo.
Primo mesmo, da raiz da negritude de Paulo, é o compositor e maestro Waltel Branco. Assim, supunha-se que Waltel era primo de Lápis. Mas até mesmo o maestro sustentava a mística, até que para um livro biográfico a verdade precisava ser estabelecida. No entanto, escolhemos amigos, compadres e manos pela vida, o poeta também fez essas escolhas e, original, também escolheu os primos que quis.
A chamada “Casa Branca”, um reduto nas Mercês artístico-residência onde transitou e morou músicos do conjunto A Chave, a artista Marília Guasque, o diretor de arte Toninho Stinghen, que editava textos de Paulo nas revistas da Grafipar (os dois também vivendo seus “perhapiness” em outros astrais, era um dos espaço em que Paulo sentia-se à vontade para mostrar seus dotes musicais). Depois, ao conhecer o artista Rettamozzo, também chegado ao pop, passou a ensaiar em sua residência, às vezes com músicos do Blindagem.
Depois de “descoberto” por Caetano, passou a receber em sua casa, aquela de madeira na Cruz do Pilarzinho, uma penca de cantores e compositores. Sabe-se lá se sua centelha pop não contaminou Arnaldo Antunes? [4] E seu prazer pela palavra não levou Caetano a escrever um livro?
O trânsito de Paulo Leminski pela palavra e pela música, de qualquer forma, é uma constância muito forte. Na primeira edição do Perhapiness, que em agosto fará 10 anos, a fase musical do poeta não foi esquecida e um inesquecível show inaugurou o espaço que leva seu nome, Pedreira Paulo Leminski.
No decorrer dos anos, o Perhapiness (este neologismo foi criado por Paulo) deu de esquecer a musicalidade. Falo, pois, com Margarita Sansone, presidente da fundação cultural de Curitiba, entidade que criou o evento em homenagem ao poeta. Como será este ano de dez anos? Nem falo de música na pergunta, não quero dizer reduzidos para não ofender, no campo elitista. Mas o nosso Paulo Leminski soube fazer uma ponte entre duas facetas, a do intelectual e a do músico popular e conseguiu surpreender nas duas.
Mas o Perhapiness deste agosto irá contemplar as duas faces? “O carinho por Paulo Leminski é grande, mas vamos fazer a homenagem dentro dos limites da nossa pobreza. Pensamos em usar o Teatro Paiol para um espetáculo de música e declamação, com a participação interativa da plateia”. A Pedreira Paulo Leminski, que comporta até 40 mil pessoas (o Paiol é uma espécie de teatro de bolso), requer, conta Margarita Sansone, participação da iniciativa privada para promover um bom espetáculo.
Portanto, a homenagem à face pop do poeta vive dias incertos.

NOTAS (nossas):

[1] Na verdade, Gil chegou a gravar Oxalá, mas a mesmo não foi lançada à época, em 1982, por conta de reformulações do disco que estava para lançar. Em 2002, essa gravação veio à publico, no disco To Be Alive Is Good (Anos 80).
[2] De fato, a experiência com a música começou, para Leminski, já na sua infância, com o canto gregoriano, no tempo em que foi interno do Mosteiro de São Bento, em São Paulo. Mais tarde, ele atribuiria o bom ornato das suas linhas melódicas a este período.
[3] Corrigindo, o trio era formado por Paulo Leminski, Paulo Bahr (“Psico”) e Pedro Leminski.
[4] Vale a pena dar uma olhada neste depoimento, das palavras do próprio Arnaldo, a respeito da influência de Leminski sobre a sua obra:
https://www.youtube.com/watch?v=ix4Mho07AkM&feature=relmfu

sábado, 29 de março de 2014

Bootlegs

Como eu havia prometido, faço, então, uma post apenas para comentar as canções de Leminski espalhadas em bootlegs. Pra que não sabe, o termo bootleg designa uma gravação de áudio ou vídeo que é compartilhada (ou comercializada), mas que não tem um lançamento oficial. É aquela gravação de estúdio que não foi pro Lp, gravações em rádios, registro de shows ao vivo. Hoje em dia, muita coisa tem sido semeada na internet, em forma de arquivos, como se fosse um CD mesmo.
Sendo assim, existem alguns bootlegs rodando por aí que nos interessam muito, de duas bandas paranaenses, mais especificamente: A Chave e Blindagem. Nesses "álbuns", encontram-se canções que são sabidamente de Leminski (como parceria), mas que não foram lançadas em nenhuma álbum oficial.
Vamos à eles:

A Chave:


Bootleg, possivelmente de 1975. Mais informações aqui.
Na coletânea, com letras de Leminski, constam: Blue Satanás, Mulher Interessante e Luva de Pelica.
Como sabemos que têm participação do Leminski nas obras? São citadas como parcerias na biografia de Leminski, feita por Toninho Vaz. Sobre Blue Satanás, há um relato do próprio Leminski. Diz que a música "pintou" com ele gritando um verso no ouvido do Ivo no meio de um ensaio.

lmsk (mp3)




De Ponta Cabeça (bootleg), 1977.
Com Leminski: Me Provoque pra VerBuraco no Coração, Luva de PelicaBlue Satanás.
As duas primeiras são conhecidas, porque também foram gravadas em compacto. As outras duas já estão no bootleg anterior.

lmsk (mp3)










 Blindagem:

Ao Vivo em São Paulo 1985 (Bootleg)
Com o blues Povo Desenvolvido é Povo Limpeza.

Cara & Coroa Sessions 1987 (Bootleg)
Com Vá a Luta.

Downloads aqui.

quarta-feira, 19 de março de 2014

A CHAVE - (CPS, 1977)

Este é o primeiro e o único registro oficial da banda curitibana A Chave. O grupo teve importância crucial na atividade de Paulo Leminski como letrista, o qual contribui em várias composições. Este foi o início de muitas parcerias com o cantor Ivo Rodrigues, que mais tarde integraria a banda Blindagem, que, por sua vez, gravou várias músicas com letras de Leminski. Foi o fotógrafo Haraton Maravalhas quem se encarregou de fazer as "apresentações formais" do poeta ao conjunto. O ocorrido se deu na "Casa Branca", uma casa, no bairro Mercês, que funcionava ao mesmo tempo como estúdio, centro cultural e morada. Sobre o encontro com os rockeiros, é o próprio Leminski quem comenta:

"Eu cheguei um dia - a gente morava no bairro das Mercês, eles tinham a Casa Branca ali na Padre Agustinho, que era nas Mercês - eu cheguei através de amigos comuns. Aí souberam que eu era poeta, vieram me pedir letras e ficou meio assim. E tinham umas outras doideiras no meio que nos aproximavam, coisas dos anos 1960 né, umas zuadeiras, assim, muito específicas. Então, de repente, eu cheguei lá um dia, na Casa Branca, eles me convidaram lá pra ouvir um som. Eu saquei que o português era o líder intelectual daquela jogada toda, eu peguei e escrevi num papel “por que não fazer sua própria coisa” e joguei. Foi assim que as coisas começaram, eles tocavam coisa dos outros, até eu chegar eles tinham uma música, daí a gente começou a trabalhar junto. E depois A Chave tinha dois músicos extraordinários, dos melhores músicos dessa área pop, que sãos os dois que estão em atividade, a saber, o Ivo e o Paulinho." (o "português" é Orlando Azevedo, de origem portuguesa, baterista e idealizador da banda)

Leminski, em 1977, chegou até a publicar um texto sobre o compacto que sairia ainda naquele ano. Neste registro, as duas canções são parcerias de Leminski, Buraco do Coração e Me Provoque Pra Ver. Como dito, esse é o único registro oficial d'A Chave, mas também pode-se ouvir algumas canções, parcerias com Leminski, em alguns registros não-oficiais da banda, que vamos comentar mais adiante aqui no blog.



Pra quem quiser saber um pouco mais sobre A Chave, achei esse texto bem bacana.

"A Chave foi o grupo precursor do rock paranaense, e atuou de 1969 a maio de 1979, quando foi dissolvido. Ao longo de sua carreira, tornou-se a mais importante banda de rock de Curitiba e continua cultuada até hoje. A Chave abriu na década de 70 todas as portas e mostrou o caminho das pedras para as centenas de bandas que surgiram na cidade após a sua dissolução. Quando a banda acabou, apesar de ter mais de 100 músicas próprias - uma boa parte tendo como letrista o conhecido poeta Paulo Leminski - não deixou nenhum registro em LP, tendo apenas lançado pelo selo GTA Gravações Tupi Associadas um raro compacto simples (1977), contendo as músicas Buraco No Coração e Me Provoque Pra Ver, ambas em parceria com o Lemisnki. A Chave desempenhou também um importante papel na solidificação do rock paranaense, iniciando vários processos de animação na vida cultural da capital paranaense, que estão presentes até hoje: shows ao ar livre em praças públicas e parques; concertos de rock em teatros; e grandes shows de rock em ginásios de esportes e estádios ao lado de bandas e artistas nacionais de destaque daquela década, além de participar de importantes festivais de rock como o Camburock, em Santa Catarina. Tocou ao lado de Secos e Molhados, Rita Lee & Tutti Frutti, Mutantes, O Terço, Made In Brazil, Casa das Máquinas, Joelho de Porco, Som Nosso De Cada Dia, Bixo da Seda e chegou até abrir um show do Bill Haley And His Comets, no Guairão (1975). Além de suas apresentações por todo o Estado do Paraná, o grupo também se apresentou em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais.
Em meados do mês de julho de 2004, os quatro integrantes da extinta banda curitibana A Chave - Ivo Rodrigues (vocalista), Paulo Teixeira (guitarra e vocais), Carlão Gaertner (baixo) e Orlando Azevedo (bateria) foram pegos de surpresa com a descoberta de um CD pirata do grupo. O disco foi achado numa feira de colecionadores de discos antigos em São Paulo, pelos donos da loja Vinyl Club, de Curitiba, que deram de presente uma cópia ao vocalista Ivo, que toca atualmente na banda Blindagem, junto com Paulo Teixeira. Com o apoio operacional de Márcia Teixeira - mulher do guitarrista Paulo resolveram piratear o disco pirata (10 músicas ao vivo e duas bônus tracks do compacto) e reproduziram uma tiragem limitada com o mesmo formato e layout, essa tiragem logo se esgotou e a seguinte também. O mais curioso de toda essa história é o fato da banda ter pirateado o seu próprio disco pirata - sem conhecer o autor da pirataria - gerando um dado inédito e hilário no mercado fonográfico brasileiro. E, também constatar que 25 anos depois de sua dissolução, causa ainda o maior frisson na cena musical curitibana. A Chave, mesmo extinta, continua abrindo portas e indicando rumos no cenário do rock paranaense e brasileiro, provando que um trabalho de qualidade resiste à pátina do tempo." [texto retirado da internet, atribuído ao blog Cogumelomoon]

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terça-feira, 18 de março de 2014

Perdidas na internet

Para este post eu selecionei algumas canções que são sabidamente de Leminski (só dele ou parcerias), ou atribuídas a ele, mas que não tem um registro oficial. A maioria das gravações foram coletadas, portando, nesse imenso mar internético. Além dessas perdidas na internet, ainda existem as perdidas em gravações extra-oficiais, nos chamados bootlegs, que são álbuns montados com essa gravações (que a gente encontra na internet, é claro!). Para esses bootlegs montarei um post específico.


Essa nem deveria entrar aqui (comecei bem!) por que não é nem uma parceria, nem atribuída a Leminski. O fato é que, segundo o próprio poeta, a frase "ponha um arco-íris na sua moringa" é de sua autoria e iria ser usada no Catatau. Como Paulo Diniz usou em sua canção, Leminski tirou o texto do livro, em homenagem.



Essa aqui consta na biografia de Leminski, Um bandido que sabia Latim. Conta-se que era cantada pelo trio Duas Pauladas e Uma Pedrada (Paulo Leminski, Paulo Bahar e Pedro Leminski). A autoria é atribuída apenas à Leminski.



Explicações no início do vídeo.



Salomão Di Pádua diz estar preparando essa canção para entrar no seu próximo CD. Trata-se de uma poema musicado, do livro póstumo "Ex Estranho". Linda música.



A partitura dessa canção está no livro Além das Pérolas, de Hilton Barcelos, mas ainda não há registro musical oficial.


Poema musicado, retirado do livro Caprichos & Relaxos. Em 2013 a banda Porcas Borboletas também lançou uma versão para o poema.



Parceria de Ivo Rodrigues e Leminski, lançada no disco da banda Blindagem, em 1981. Essa é uma versão encontrada bem por acaso, que ficou bem legal, na minha opinião. Não há registro em CD.



Citada em uma das cartas de Leminski à Régis Bonvicino, conta-se que integraria o disco da banda Blindadem, de 1981, mas que saiu do álbum porque foi censurada pelos "analistas" do regime militar. Não gostaram do verso "e traga os bandidos."



Leminski, no meio de uma entrevista à Aramis Millarch, saca o violão e canta a sua Homem do Sul.

terça-feira, 11 de março de 2014

A Chave - O Sonho do Som Elétrico

A Chave - O Sonho do Som Elétrico [1]

P. Leminski

Enquanto o compacto do conjunto “A Chave”, de Curitiba, ainda está quente no forno, algumas considerações sobre esses músicos que, há 6 bons anos, no mínimo, vêm mantendo aceso o sonho de um som elétrico em Português, nesta região tão distante do eixo Rio-São Paulo, onde as coisas acontecem.
“A Chave” (Orlando, Ivo, Paulinho e Carlão) é mais um conjunto de roque nacional? “A Chave” não é apenas mais um conjunto de roque nacional. É mais um porque usam o clássico voz-guitarra-baixo-bateria que, desde Beatles e Stones, são os ingredientes desse prato de alta voltagem. Não é apenas mais um conjunto de roque porque seu compromisso é com a produção de um som em português. Ligado à realidade brasileira. Refletindo e criticando a sociedade de consumo que aí está, em suas contradições, ridículos, mitos e neuroses.
Humor. Violência. Sarcasmo. Brutalidade.
O 1° compacto (depois de anos de luta e espera) traz “Me provoque pra ver” e “Buraco no coração” (letras minhas).
É claro que perante um produto cultural-industrial como esse, sempre a gente vai colocar a questão da legitimidade do roque como manifestação autenticamente brasileira.
Mas essa discussão nasce sempre viciada por esquemas artesanais, pré-industriais, nostálgicos. Como se a cultura brasileira fosse um objeto de substância rara que tivesse que ser preservado de influências estrangeiras e de ataques de corsários franceses, holandeses, ingleses, fenícios...
Mas “A Chave” tenta a difícil antropofagia (no sentido de Oswald de Andrade): assimilação crítica, grossa e debochada do aporte exterior. Se isso não basta, então, não basta.
Mas procurem ouvir o disco.
É, como dizem por aí, um barato.

NOTA:

1 - Folha de Londrina, 22 nov. 1977 “'A Chave': O sonho do som elétrico.”

sexta-feira, 7 de março de 2014

Blindagem - CPS (1981)

Como era de costume, antigamente, antes de lançar um Lp (long play), que continha uma média de 12 faixas, os artistas lançavam antes um Compacto Simples, com, geralmente, 2 faixas. Era uma espécie de promoção, para dar um "gostinho" ao público e incentivá-lo a comprar o Lp a ser lançado. No final das contas, a gravadora acabava ganhando um pouco mais com o mesmo produto. E assim chegou ao mercado esse compacto, sendo que no mesmo ano, 1981, a banda Blindagem lançaria um Lp que continham as duas canções aqui presentes e muitas outras. Das duas obras do compacto, uma  é Oração de Um Suicida. Parceria de Leminski com seu irmão, Pedro Leminski, é, sem dúvida, um dos grandes hits do conjunto. A letra, com intenção realmente depressiva e suicida, inicialmente, trecho este escrito por Pedro, foi "suavizada" por Paulo, que tratou de caminhar por uma vereda mais idealista e menos introspectiva, levando a problemática, na segunda parte, para o lado do planeta terra e o perigo que o ameaçava: uma bomba nuclear. Uma fato triste, é que Pedro realmente se suicidou, em 1986.
A outra faixa do disco é Berço de Deus, uma regravação de uma moda gravada por Milionário e José Rico. Na interpretação da banda, a canção se torna um blues, num intercâmbio de gêneros rico e original. A viola fica a cargo de Almir Sater.
Outra curiosidade desde compacto é a cor azulada do vinil, não muito comum.

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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Blindagem (1981-1990)

Este é, sem dúvida, um dos discos mais importantes na carreira musical de Leminski. Aliás, não apenas da carreira musical, mas da carreira artística como um todo.
Muitos são os motivos para tal. O primeiro deles, pode-se destacar, é cronológico. Esse é o verdadeiro embrião do Leminski enquanto "poeta da música" (até então apenas poeta dos livros), que se revelaria, a partir daqui, um letrista assíduo. É com o contato com a banda A Chave, posteriormente com a banda Blindagem, que nasce o poeta letrista.
E aqui não estamos falando de "apenas" um começo. Este foi, é bom que se frise, um começo extremamente profícuo. Daí o segundo fator de destaque para o disco. Das 9 faixas, 7 possuem letras de Leminski. Isso torna as parcerias com a banda Blindagem (nomeadamente com Ivo Rodrigues, vocalista), a segunda maior, em número de canções, de todas as parecerias do poeta "punk parnasiano". Perdendo apenas para as parcerias com Moraes Moreira, que somam um total de 12 canções.
O terceiro fator que podemos destacar deste Lp, é o caráter das letras - contraculturais - muito próximas àquilo que Leminski já vinha curtido nos meados de 1960. A besta dos pinheiras, à época, já tinha se deixado influenciar por Dylan, Beatles, Jefferson Airplane, Ginsberg, Sartre. As letras que criou para a banda, são, todas, de caráter contestador e irreverente. Leminski, surfando na onda contracultural, passa às letras de uma banda de rock, com precisão, tudo o que o próprio estilo pede.
O poeta, é preciso dizer, por vezes, teve dúvidas quando a sua atuação em "rockinhos fuleiros". Um intelectual como ele? Será que valeria a pena? Hoje, sabemos que valeu e ele, queremos acreditar, também o soube. Suas investidas na música popular deram maior visibilidade à sua figura, mesmo à sua figura estritamente literária. Isso funcionou também como uma ponte, para que um público talvez não tão familiarizado com poesias concretas e prosas experimentais, como o Catatau, chegasse até ele.
A música, portanto, também desempenha, até hoje, o papel de manter vivos os seus versos.
Há que se comentar, ainda, que este disco foi lançado duas vezes. Originalmente lançado em 1981, foi relançado em 1990, com duas faixas adicionais: Verdura (letra e música de Leminski) e Se Houver Céu, também de autoria única do poeta, cantada pelo próprio, a capella. O álbum foi também lançado em CD remasterizado. É esse o áudio que está disponível no link. As imagens são do primeiro Lp, de 1981.

Encarte interno do disco. O texto não está assinado, mas apostamos que é de Leminski.

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domingo, 23 de fevereiro de 2014

Blindagem - Dias Incertos (1997)

Neste CD, da banda paranaense Blindagem, constam duas músicas com letras de Leminski. De estilo bem diferentes, podemos ouvir o punk-rock Rapidamente e a quase bossa-nova Legião dos Anjos. Uma fato interessante, sobre esta última, é a segunda parte da canção, cantada em italiano, numa tradução literal da primeira parte, em português. Provavelmente o grupo se empolgou com o idioma de Alighieri, uma vez que o disco (independente) foi gravado, parcialmente, na Itália.

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sábado, 15 de fevereiro de 2014

bernardo e o bando do cão sem dono - quero seu endereço (1997)

Neste disco, podemos ouvir duas canções com a presença do Leminski. Parece que foi ontem, baseada em um poema do livro Caprichos & Relaxos e Filho de Santa Maria, canção de Leminski e Itamar Assunção. Esta última, possui ainda mais 4 gravações (veja mais detalhes aqui).
Sobre Filhos de Santa Maria, o que chama mais a atenção no registro em questão é o arranjo, com a feliz idéia de transformar a música num autêntico baião. Se em outras gravações o caráter fica mais para o jazz/blues (Zizi Possi) ou para o funk (Itamar Assumpção), aqui a brasilidade aflora, aproveitando-se a escala em modo dórico da construção melódica, tão arraigado ao nosso cancioneiro popular, sobretudo nordestino. O tema "católico" também poderia ser citado como uma característica a se somar à estética do baião.

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